segunda-feira, 7 de maio de 2018

Resenha: Simon vs. A Agenda Homo Sapiens - Becky Albertalli - Editora Intrínseca


Simon vs. A Agenda Homo Sapiens 
Autor: Becky Albertalli 
 Editora: Intrínseca 
 Categoria: Romance/Ficção/Jovem Adulto 
 ISBN: 9788580578928
 272 Páginas 
 1ª Edição - 2016

Sinopse

Simon tem dezesseis anos e é gay, mas ninguém sabe. Sair ou não do armário é um drama que ele prefere deixar para depois. Tudo muda quando Martin, o bobão da escola, descobre uma troca de e-mails entre Simon e um garoto misterioso que se identifica como Blue e que a cada dia faz o coração de Simon bater mais forte. 

Martin começa a chantageá-lo, e, se Simon não ceder, seu segredo cairá na boca de todos. Pior: sua relação com Blue poderá chegar ao fim, antes mesmo de começar.

Agora, o adolescente avesso a mudanças precisará encontrar uma forma de sair de sua zona de conforto e dar uma chance à felicidade ao lado do menino mais confuso e encantador que ele já conheceu.

Uma história que trata com naturalidade e bom humor de questões delicadas, explorando a difícil tarefa que é amadurecer e as mudanças e os dilemas pelos quais todos nós, adolescentes ou não, precisamos enfrentar para nos encontrarmos.





"É que às vezes parece que todo mundo sabe quem eu sou, menos eu."


Olá pessoal, como vão vocês? Já faz um tempo que estive aqui, né? Bem, a resenha de hoje (é sobre um livro que passei dois anos esperando para finalmente poder ler!) trata sobre um livro que apesar de leve, retrata de maneira muito significativa um tema bastante importante na vida de muitos jovens, inclusive eu, a problemática das descobertas, principalmente da sexualidade, das diversidades e seus impactos na adolescência. Enfim, chega de enrolar e vamos à resenha?




Em primeiro plano, gostaria de destacar a maneira como a obra de Becky Albertalli retrata a problemática das descobertas e primeiras experiências de uma maneira leve e até mesmo inusitada. Por esse ângulo, nas primeiras páginas do livro somos apresentados a Simon, um jovem de 16 anos que está cursando o 3º ano do ensino médio e dentre seus diversos problemas característicos da adolescência, tem de lidar com uma situação um tanto quanto peculiar.

Desse modo, tudo começa quando um de seus colegas tem acesso a sua conta de e-mail e utiliza-se de algumas informações ali contidas para tirar proveito do garoto. Entretanto, a questão interessante é que o fato de Simon ser gay não é o grande plot da narrativa, na verdade, a sexualidade do protagonista é apenas um plano de fundo da história, mas sim a questão dele trocar e-mails com um garoto que se denomina “blue” e também é da sua escola, mas nenhum dos dois tem conhecimento da identidade um do outro.

"Você não acha que todo mundo deveria ter que sair do armário? Por que o comum é ser hétero? Todo mundo devia ter que declarar o que é; devia ser uma coisa bem constrangedora, não importa se você é hétero, gay, bi ou sei lá o que. Só uma ideia." - P. 130

Outro fator que vale a pena ser destacado é o fato da construção das personagens e suas características, indo desde o bobalhão que não sabe lidar com o fato de ter um irmão que é o centro das atenções, aos pais acolhedores e extremamente participativos na vida de seus filhos, basicamente, cada personagem tem um papel de extrema importância na construção do caráter e trajetória do protagonista. Além disso, a maneira como os capítulos são divididos em alternância entre narrativa e os e-mails trocados pelos dois garotos, torna a história mais dinâmica, interessante e desperta uma maior curiosidade sobre a real identidade do garoto com quem Simon se corresponde constantemente. Nesse sentido, a obra também acerta de maneira grandiosa, ao lidar com temas como a aceitação familiar e dos ciclos de amizade que são de extraordinária importância para as pessoas que convivem com o medo constante de não serem aceitas e não poderem ser quem realmente são.

A história traz o sentido de diversidade de forma bastante subjetiva, ao explicitar que todos não somos cisgêneros, heterossexuais ou brancos, que não existe apenas o cristianismo como religião (e que existe pessoas que nem mesmo tem religião), ou seja, somos todos repletos de peculiaridades totalmente únicas e é isso que nos torna interessantes e nos caracteriza como quem somos.


 "É uma caixa gigantesca cheia de constrangimento, e não vou fingir que anseio por esse dia. Mas provavelmente não seria o fim do mundo. Não para mim."


Por fim, Simon vs A agenda Homo Sapiens denota uma importante perspectiva a respeito das descobertas sexuais, das diversidades nos mais variados âmbitos e os diversos problemas e preconceitos vividos por aqueles que são tidos como “diferentes” do estabelecido pela sociedade heteronormativa em que vivemos, tudo isso de uma maneira consideravelmente leve e extremamente envolvente.

É sem dúvidas um livro indicado a todas as pessoas, pois é capaz de retratar um centésimo que seja das angustias vividas diariamente e que muitos não têm a menor noção por não passar por isso. Vale ressaltar, também, que a adaptação cinematográfica do livro chegou às telonas no dia 05/04/18 e é com certeza um filme que merece destaque!


"As pessoas realmente são como salas amplas com janelas pequenas. E talvez isso seja uma coisa boa, o jeito como nós nunca paramos de surpreender um ao outro."


Até a próxima, pessoal! Espero que curtam a resenha e possam seguir a indicação!



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