segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Resenha: A Tormenta de Espadas - George R. R. Martin - Editora LeYa




A Tormenta de Espadas
Autora: George R. R. Martin
Editora: LeYa
Categoria: Fantasia
ISBN: 978-85-8044-262-5
884 Páginas
1º Edição – 2011


Sinopse

Enquanto os Sete Reinos estremecem com a chegada dos temíveis selvagens pela Muralha em uma maré interminável de homens, gigantes e terríveis bestas, Jon Snow - o Bastardo de Winterfell - divide-se entre sua consciência e o papel que é forçado a desempenhar. Robb Stark, o Jovem Lobo, vence todas as suas batalhas, mas será que ele conseguirá vencer os desafios que não se resolvem apenas com a espada?

Arya continua a caminho de Correrrio, mas mesmo alguém tão destemida como ela terá grande dificuldade em ultrapassar os obstáculos que se aproximam. Na corte de Joffrey, em Porto Real, Tyrion luta pela vida, depois de ter sido gravemente ferido na Batalha da Água Negra; e Sansa, livre do compromisso com o homem que agora ocupa o Trono de Ferro, precisa lidar com as consequências de ser a segunda na linha de sucessão de Winterfell, uma vez que Bran e Rickon estariam mortos. No Leste, Daenerys Targaryen navega em direção às terras da sua infância, mas antes ela precisará aportar às desprezíveis cidades dos escravagistas. Mas a menina indefesa agora é uma mulher poderosa, quem sabe quanto tempo falta para se transformar em uma conquistadora impiedosa?

Em A Tormenta de Espadas, terceiro livro da aclamada série de George R. R. Martin, os Sete Reinos já sentem o rigoroso inverno que chega e as batalhas tornam-se mais cruéis e impiedosas. Todo o território continua a ferro e fogo.





É um tanto difícil escrever sobre As Crônicas de Gelo e Fogo, devido a complexidade de sua trama, seus numerosos e ricos personagens, detalhes essenciais para compreender tramas passadas e futuras, dentre outros motivos. Portanto, afirmo com veemência que ler as obras irá proporcionar ao leitor uma experiência singular – e, em minha opinião, muito mais excitante do que assistir à (ótima) série de televisão baseada nelas.

O tamanho do livro me assustou e irá assustar a você também, não apenas pela quantidade de páginas, mas também pelo fato de que suas páginas são maiores que a de um livro normal (assim como os outros da saga). Porém, sem pestanejar afirmo que este é o meu preferido dentre os cinco. É neste volume que Martin se mostra um verdadeiro gênio literário, pois foi capaz de imprimir ritmo em uma história que envolve núcleos numerosos; o fato de cada capítulo ser narrado por um personagem diferente ajuda e muito, mas mesmo assim não deixa de ser um feito extraordinário. É notória também a maneira com que Martin envolve personagens menores em pontos cruciais da trama, demonstrando a criatividade e a complexidade com que ele conduz a trama. Ele soube rechear cada núcleo com acontecimentos importantes, que vão desde transformação interpessoal à grandes desgraças.




Elucidando os núcleos, comecemos por Porto Real. Após a Batalha de Água Negra, vencida pelo exército do Rei Joffrey, Tywin Lannister passa a controlar a capital com mãos de ferro, deixando assim Tyrion de lado. Porém, ele terá de lidar com uma ameaça maior do que lanças e espadas: a Casa Tyrell. Devido ao compromisso estabelecido entre Joffrey e Margaery Tyrell, a influência da família sob o curso dos acontecimentos deste núcleo é forte, e culmina com um acontecimento fatal (porém de deleite para o leitor). Esta união também interferirá no destino de Sansa Stark, que, por não ter mais nenhum tipo de ligação com o asqueroso rei, acha que está livre das garras dos Lannister, mesmo sendo cativa na capital. Entretanto, ainda existem planos para ela...




Um pouco distante na capital, nas Terras Fluviais, Arya se junta a um grupo chamado de Irmandade sem Estandartes, cheio de tipos excentricamente sensacionais. Ainda possui como missão ir ao encontro da mãe, que se encontra em Correrrio junto a Robb Stark, que coleciona vitórias na Guerra dos Cinco Reis. Porém, uma série de decisões erradas tomadas pelo Jovem Lobo fará com que a Casa Stark – e em especial a estes três personagens – seja protagonista do acontecimento mais trágico de toda a história dos Sete Reinos. Além disso, Jaime Lannister é libertado pela Senhora Stark para que retorne à capital e resgate suas filhas (pois ela pensa que Arya está lá) em companhia de Brienne de Tarth.

No Norte, Bran e Rickon Stark se veem sem destino após a destruição de Winterfell. Com o mundo a pensar que estão mortos, resolvem seguir o chamado dos Irmãos Reed e se dirigir para Além da Muralha, ao encontro do Corvo de Três Olhos, criatura milenar que terá muito a ensinar para o nosso jovem aleijado. Coincidentemente, o bastardo Jon Snow também se encontra Além da Muralha, porém em meio à população de Selvagens que vive lá. Para sobreviver, se infiltra no meio deles, negando seus votos com a Patrulha da Noite. Esse período transformará o pensamento de Jon em relação àquelas pessoas, assim como à postura da Patrulha da Noite.

Do outro lado do Mar Estreito, no continente de Essos, encontra-se Daenerys Targaryen. Após os acontecimentos em Qarth, está decidia a retornar à Westeros e conquistar sua terra natal. Mas para isso, precisará de aliados e forças bélicas. Isto leva a Mãe dos Dragões até Astapor, Yunkai e Meereen, três cidades construídas e sustentadas pela força do trabalho escravo. Ela terá uma experiência única nesses locais, onde terá que se provar capaz de ser uma grande rainha.



O livro é narrado sob a ótica de 10 personagens: Jaime, Jon, Catelyn, Tyrion, Sansa, Arya, Bran, Samwell (companheiro de Jon na Patrulha, que terá um envolvimento interessante dentro da organização assim como com os temidos Outros), Davos (conselheiro de Stannis Baratheon, que se vê impotente após a derrota na Batalha de Água Negra) e Daenerys. Chamo a atenção, sobretudo, para os capítulos narrados por Jaime Lannister, que se mostra um dos personagens mais interessantes da saga a partir deste livro.  Há o amadurecimento dos personagens mais jovens, em especial das crianças Stark (destaque para Sansa, Arya e Jon), além do explicitamento da posição de Varys e Mindinho como os verdadeiros manipuladores dos acontecimentos. Um ponto interessante vai para o fato deste ser o primeiro volume a possuir um epílogo, que é o capítulo mais arrebatador do livro - quiçá, de As Crônicas de Gelo e Fogo. Ao final de sua participação na obra, cada um dos “personagens principais” se verá obrigado a lidar com situações provocadas por reviravoltas devastadoras, consequências de suas próprias ações e das decisões dos outros, mas que inevitavelmente estão presentes em um cenário cruel como o jogo dos tronos.

Em suma, reafirmo que George R. R. Martin foi capaz de criar um dos universos de fantasia mais fascinantes de todos os tempos, sendo na minha opinião o melhor no segmento medieval (sorry, Tolkien, é a vida). E este livro é a síntese daquilo que fez esta história cativar milhões de pessoas mundialmente: o brilhantismo do autor para conduzir tramas, criar perfis cativantes e ao mesmo tempo controversos e despertar um forte desejo de seguir acompanhando o desenrolar destes acontecimentos.


Até a próxima resenha!

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