terça-feira, 11 de abril de 2017

Resenha: Razão e Sensibilidade - Jane Austen - Editora Martin Claret


Razão e Sensibilidade
Autora: Jane Austen
Editora: Martin Claret
Categoria: Romance
ISBN: 9788572328746
453 Páginas
1º Edição – 1944


Sinopse

Este foi o primeiro romance de Jane Austen. Publicado em 1811, logo recebeu reconhecimento do público. Razão e Sensibilidade é um livro em que as irmãs Elinor e Marianne representam uma dualidade, de maneira alternada, ao longo da narrativa. As expectativas vividas pelas duas com a perda, o amor e a esperança, nos aponta para um excelente panorama da vida das mulheres de sua época. As irmãs vivem em uma sociedade rígida e ambas tentam sobreviver a esse mundo cheio de regras e injustiças. Tanto a sensível e sensata Elinor como a romântica e impetuosa Marianne se veem fadadas a aceitar um destino infeliz por não possuírem fortuna nem influências, obrigadas a viver em um mundo dominado por dinheiro e interesse. As duas personagens passam por um processo intenso de aprendizagem, mesclando a razão com os sentimentos em busca por um final feliz.






Posso afirmar sem dúvidas que este é um dos meus romances preferidos. Minha história com este livro começa quando eu assisti “Orgulho e Preconceito” em uma aula de artes na 8ª série; fiquei apaixonado pelo filme e fui pesquisar mais sobre ele, e descobri que era uma adaptação de um livro de Jane Austen. Após desbravar suas obras, passei a procura-las para ler, e para minha alegria, minha professora de artes me emprestou Razão e Sensibilidade. Desde então, já o li três vezes, e minha paixão por ele permanece.

Em primeiro lugar, é preciso analisar a maneira como Austen escreve. Ela conduz a história com poucas descrições, apostando em diálogos longos, porém incrivelmente diretos e ágeis. A condução psicológica das situações chama a atenção, especialmente na apresentação dos personagens. Porém, a marca mais interessante dela é a ironia, repleta em toda a obra. Todas estas características juntas tornam o combo bastante atrativo.


O dualismo das duas irmãs é o fio condutor da história: Elinor é a “razão” e Marianne a “sensibilidade”. Ambas enfrentam as mesmas situações – perda da herança, paixão, busca por um futuro melhor – de maneiras diferentes. Marianne, a mais jovem, é passional e procura alguém que compartilhe dos seus interesses pessoais e corresponda as suas ânsias românticas. Elinor é a mais velha, e apesar de desejar as mesmas coisas que a irmã, esconde isto em uma personalidade reservada, e por vezes mascara suas emoções para poder cuidar dos seus e aconselhá-los.

Os envolvimentos românticos das protagonistas são um atrativo à parte. Edward Ferrars, alvo do interesse de Elinor, pode não encher os olhos em uma primeira impressão, mas com a evolução da história ele se mostra um sujeito admirável e que merece a torcida do leitor. Os impedimentos ao relacionamento dos dois – como o fato dele ser irmão de Fanny, cunhada de Elinor, que odeia ela e sua família, dentre outros – fortalecem a trama. Em contrapartida, temos John Willoughby, crush de Marianne, e é a incorporação de suas idealizações. Porém, ela também é alvo do interesse do Coronel Brandon, que se torna amigo da família no começo da história, mas ela o rejeita. Os tipos são conflitantes e permearão os dilemas amorosos da moça, que terá um desfecho surpreendente.

Por fim, é necessário reconhecer que a obra tem como intenção apresentar uma espécie de molde moral. Qualidades como bondade, lealdade à família e bom senso são aquelas que devem ser preservadas e incentivadas. Entretanto, muitos dos personagens ligados à impetuosidade podem nos ensinar que é possível manter qualidades ligadas ao romance e ao idealismo ainda serem consideradas boas pessoas. Logo, é possível querer almejar um equilíbrio entre razão e sensibilidade, entre Elinor e Marianne.

Em suma, Razão e Sensibilidade é um daqueles romances obrigatórios em seu acervo de livros lidos. Uma história delicada e envolvente, com duas jovens mulheres fortes guiando seu enredo, e uma lição final para nossas vidas: o amor pode ser encontrado nas pessoas menos prováveis, florescer das formas mais improváveis, e ainda assim ser um sentimento avassalador.

PS: Para aqueles cinéfilos, como eu, recomendo que assistam a ótima adaptação cinematográfica do livro, estrelando Emma Thompson (Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban - como esquecer Trelawney?), Kate Winslet (Titanic) e Hugh Grant (Quatro Casamentos e um Funeral).

Até a próxima resenha!



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