sexta-feira, 27 de março de 2015

Resenha: Apenas um Dia - Gayle Forman - Editora Novo Conceito



Apenas um Dia
Autora: Gayle Forman
Editora: Novo Conceito
Categoria: Romance
ISBN: 978-85-8163-450-0
 Páginas 384
1º Edição – 2014


Sinopse

A vida de Allyson Healey é exatamente igual a sua mala de viagem: organizada, planejada, sistematizada. Então, no último dia do seu curso de extensão na Europa, depois de três semanas de dedicação integral, ela conhece Willem. De espírito livre, o ator sem destino certo é tudo o que Allyson não é. Willem a convida para adiar seus próximos compromissos e ir com ele para Paris. E Allyson aceita. Essa decisão inesperada a impulsiona para um dia de riscos, de romance, de liberdade, de intimidade: 24 horas que irão transformar a sua vida.

Apenas um Dia fala de amor, mágoa, viagem, identidade e sobre os acidentes provocados pelo destino, mostrando que, às vezes, para nos encontrarmos, precisamos nos perder primeiro... Muito do que procuramos está bem mais perto do que pensamos.


Minhas impressões

Acabei de ler Apenas um Dia exatamente agora e sinceramente estou confusa, e só tenho certeza de estar indignada pelo fato de o livro ter terminado como terminou. A primeira coisa que fiz, quando terminei de ler, foi entrar na internet para saber se o livro tinha continuação – e para meu alívio tem - Apenas um Ano; e descobri, também, que tem um conto sobre o casal, em que a leitura deve ocorrer após os dois livros – o conto é: Apenas uma Noite.

*Tudo bem que eu descobriria que o livro tem continuação apenas tirando ele da minha capa de livros e o virando, pois na contra-capa tem escrito (grande): “Em breve nas livrarias: Apenas um Ano” (momento lerdeza total).

Gente, acho que nunca vi um livro terminar de uma forma tão abrupta e sem respostas como este. Sinceramente, tenho que “tirar o meu chapéu” (se eu estivesse usando um, lógico) para a autora Gayle Forman, por terminar o livro com uma maestria que me deixou, ao mesmo tempo, irritada, intrigada, curiosa e ansiosa.

Enfim... Sobre o livro preciso dizer que eu gostei muito, mas ao mesmo tempo acho que ele poderia ter sido um pouco menor, em determinado momento a estória ficou linear, sem muito movimento – mas eu entendo que é um período de transição de Allyson e que ela precisa passar por este momento para evoluir.

Eu realmente não gosto das sinopses e odiei a de Apenas um Dia. Geralmente, só as leio quando termino de ler o livro, antes de fazer a minha resenha, para que eu saiba o que posso falar ou não, para não contar spoiler. Mas a sinopse deste livro em especial, fez questão de fazer um mini resumo do livro (#indignada).

O livro é contado em primeira pessoa pela Allyson, que é uma boa menina, não entra em confusão, não se arrisca, é certinha, segue as regras e é obediente. Ela vive uma vida monótona, rotineira, solitária. Mas, eis que surge em sua vida Willen – um jovem bonito, charmoso, aventureiro, corajoso, adepto do lema “deixa a vida me levar”, que acredita em acasos/destino; – e que a ajuda a enxergar e cultivar uma Allyson diferente, livre, que tem vontade de viver, que se encontra.



Marina Arsenal - Paris


“– Eu não estava em perigo hoje – digo a ele com a voz engasgada. – Escapei do perigo. – E eu realmente escapei. Não apenas fugindo dos skinheads. Sinto que o dia inteiro foi como um choque elétrico, conectado diretamente ao meu coração, me tirando do meu torpor da vida inteira no qual nem eu mesmo sabia estar mergulhada. – Escapei – repito.” – Pág. 132



Château Rouge - Paris


Uma coisa do livro que eu ainda não tenho uma opinião formada é o fato de ficar parecendo (ou eu interpretei errado) que, em determinadas situações, não há diferença entre mentira e interpretar um personagem. Confesso que tudo que seria mentira para mim antes, pode não ser mais num futuro.


“- Vi você fazer Rosalinda. E passou um dia inteiro fingindo ser Lulu, e está, no momento, fingindo para seus pais ser uma candidata à escola de medicina.
Eu baixo os olhos, cutuco a unha.
- Isso apenas faz de mim uma mentirosa.
- Não, não faz. Está apenas testando identidades diferentes, como todos aqueles nas peças de Shakespeare. E as pessoas que fingimos ser já estão dentro nós. É por isso que fingimos ser essas pessoas, para começar.” – Pág. 243


“O mundo inteiro é um palco, e todos os homens e mulheres, meros atores. Eles saem de cena e entram em cena, e cada um, a seu tempo, representa vários papéis.”
Como Gostais, William Shakespeare



Vondelpark – Amsterdã


Em compensação Apenas um Dia ensina duas lições muito valorosas: não tirar conclusões precipitadas, não imaginar que algo é de um jeito apenas por vermos indícios, sem termos plena certeza do que é – o que vemos nem sempre é a verdade; e que é importante tomarmos as rédeas das nossas vidas, que devemos tentar coisas novas – as vezes as coisas estão dando errado por nossa própria culpa – temos que mudar a direção, temos que desistir quando estamos perdendo e mudar o rumo, e os objetivos.




A Editora Novo Conceito está de parabéns em todos os quesitos (diagramação, capa, ...), mas foi impecável na tradução e na correção ortográfica – por favor, mais livros com um português impecável como Apenas um Dia, que a estória é bem boa por si só, mas que vale a leitura pelo simples fato de estar muito bem redigida.

A verdade é que o livro aguçou a minha curiosidade à um nível bem alto, e eu gostei muito das lições que tirei dele. Estou super ansiosa pela continuação – que publiquem logo!!!



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