sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Resenha: O Código do Apocalipse - Adam Blake - Editora Novo Conceito



Manuscritos do Mar Morto
Autor: Adam Blake
Série: Leo Tillman & Heather #2
Editora: Novo Conceito
Categoria: Suspense / Ficção
ISBN: 978-85-8163-386-2
464 Páginas
1º Edição – 2014


Sinopse


Depois das investigações de Manuscritos do Mar Morto, a ex-detetive Heather Kennedy recebe um telefonema com uma proposta de trabalho. Um suposto roubo no Museu Britânico precisa ser investigado. Kennedy rapidamente deduz que alguém teve acesso a livros sobre Johann Toller, um profeta europeu louco do século 17. Acreditando que o fim dos dias estava em suas mãos, Toller fez uma série de previsões relacionadas ao Apocalipse e aos eventos que o precederiam. Mas nenhuma delas havia se tornado realidade até então. Agora, pouco a pouco, os sinais se confirmam. Com a ajuda do mercenário e antigo parceiro Leo Tillman e de uma jovem que pertence a uma tribo secreta, Kennedy deve lutar para impedir que a próxima profecia se concretize: a destruição de uma cidade sem nome...


Minhas Impressões


O Código do Apocalipse é uma espécie de continuação do livro "Manuscritos do Mar Morto", resenhado AQUI. Não é exatamente uma continuação, aqui a história é outra, mas com quase todos os personagens. Para quem quiser entender bem a história é essencial ler o livro anterior, mas os acontecimentos passados são bem explicados neste segundo livro. Dá para entender a trajetória dos personagens, mas a história dos manuscritos, da família de Leo Tilmann, da sargento Kennedy e principalmente dos Elohim, é melhor explicada no primeiro livro. Não é obrigatório, mas é muito bom ler os dois livros. Isso, é claro, para quem gosta do gênero, uma ficção policial com terroristas religiosos fanáticos, ao estilo "Código Da Vinci". 

Dan Brown, autor de o "Código Da Vinci" ficou famoso e vendeu milhares de livros ao inserir pistas e enigmas em locais históricos usando temas religiosos e artísticos. Viajamos por vários locais da Europa na tentativa de decifrar o suposto "código", enquanto os "poderosos" que se julgam donos dessas interpretações, códigos, códices, textos e tudo o mais considerado sagrado, tentam evitar que a divulgação desses "segredos" abale as estruturas da fé religiosa. 

No livro "Manuscritos do Mar Morto", Leo Tillman é um ex-mercenário que teve a família "seqüestrada" pela seita dos "Elohim". Passou vários anos tentando descobrir pistas que levassem ao paradeiro da esposa e filhos, sem sucesso. Ao mesmo tempo era caçado pelos soldados Elohim, para que realmente não descobrisse os segredos da seita. Nesse primeiro livro, Leo e Kennedy se unem, devido a várias tragédias, para tentar descobrir a conexão entre alguns crimes supostamente banais e acabam descobrindo a relação desses crimes com um desastre aéreo no Arizona, Estados Unidos. 

Heather Kennedy trabalhava como sargento no Departamento de Polícia de Londres e não tinha a menor idéia da proporção que suas investigações teriam, afetando inclusive a já desgastada e nada cordial relação com seus colegas policiais. Soma-se a isso o fato de ela ser lésbica em um meio que ainda está cheio de preconceitos. Leo Tilmann vê em Kennedy uma parceira com habilidades e facilidades investigativas que poderiam ajudá-lo em sua solitária busca. Uma das indicações de que haveria uma continuação do primeiro livro é o que Tilmann vai descobrir sobre sua família e que Kennedy já havia descoberto. 

Os Elohim são uma seita secreta que se auto-intitula "Povo de Deus", são chamados de mensageiros e são extremamente bem treinados na arte de matar. Não são muito numerosos e tentam de todas as formas esconder sua origem e o local onde vivem de toda a humanidade. O objetivo principal dos "mensageiros" é dar um fim em qualquer pessoa, principalmente estudiosos e pesquisadores que tentam decifrar os textos considerados sagrados, a fim de evitar a sua divulgação nos meios de comunicação e para o mundo. A trama sobre os textos sagrados e sobre os Elohim é bem complexa, como convém a uma história sobre temas bíblicos e religiosos. Temas que sempre terão várias e várias interpretações. Podemos falar de qualquer assunto relativo ao tema, cada vez de um modo diferente, e ele poderá ser completamente aceito ou criar uma grande polêmica, que, diga-se de passagem, parece ser a situação mais comum. Os detentores do poder, da sabedoria e do conhecimento, ou até mesmo os possuidores dos textos sagrados fazem a sua própria interpretação e divulgam-na como a oficial, a correta, que deverá ser seguida por todos e abominam qualquer idéia contrária, usando de meios até mesmo nada pacíficos para promover seus desígnios de fé. Ao longo da história temos visto esses atos de fé sendo postos em prática. Perseguições étnicas, inquisições, cruzadas, guerras santas, suicídios em massa e muitos outros. 

O desfecho da trama e do apocalipse acontece, como não poderia deixar de ser, em Nova York. A cidade mais amada e mais odiada no mundo. A cidade mais destruída na ficção. Ficção que virou realidade com os atentados de 11 de setembro de 2001, que também foram comparados por muitos como um apocalipse e tem uma grande motivação religiosa. Tanto que os Estados Unidos são comumente chamados pelos extremistas de "Grande Satã", e os terroristas que se sacrificam se consideram mártires.

Quem já visitou e conhece a cidade deve ter idéia do porque. Símbolo do poderio econômico, cultural e megalomaníaco americanos, Nova York abriga a tudo e a todos. Não importa a origem, você provavelmente vai encontrar alguém de qualquer lugar do mundo ou alguma coisa fabricada em qualquer lugar do mundo. Diz a lenda que se você procura por algum objeto e não encontra esse objeto em Nova York, é porque o objeto não existe. Não á toa tudo que se imagina de bom e de ruim já aconteceu na ilha, monstros, alienígenas, maremoto, era glacial, ficção e realidade. A cidade é considerada a mais pecaminosa e imoral pelos ultrareligiosos e sua destruição completa ou parcial seria considerada o principal triunfo. 

Mas Heather e Leo, juntamente com Rush, um novo parceiro e funcionário do Museu Britânico terão que se aliar justamente aos Elohim para evitar que mais uma interpretação de profecia se torne realidade e deixe Nova York pra ser destruída em outra ocasião. E não vão faltar ocasiões e motivos para um novo apocalipse.

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