Simon vs. A Agenda Homo Sapiens
Autor: Becky Albertalli
Editora: Intrínseca
Categoria: Romance/Ficção/Jovem Adulto
ISBN: 9788580578928
272 Páginas
1ª Edição - 2016
Sinopse
Simon tem dezesseis anos e é
gay, mas ninguém sabe. Sair ou não do armário é um drama que ele prefere deixar
para depois. Tudo muda quando Martin, o bobão da escola, descobre uma troca de
e-mails entre Simon e um garoto misterioso que se identifica como Blue e que a
cada dia faz o coração de Simon bater mais forte.
Martin começa a
chantageá-lo, e, se Simon não ceder, seu segredo cairá na boca de todos. Pior:
sua relação com Blue poderá chegar ao fim, antes mesmo de começar.
Agora, o
adolescente avesso a mudanças precisará encontrar uma forma de sair de sua zona
de conforto e dar uma chance à felicidade ao lado do menino mais confuso e encantador
que ele já conheceu.
Uma história que
trata com naturalidade e bom humor de questões delicadas, explorando a difícil
tarefa que é amadurecer e as mudanças e os dilemas pelos quais todos nós,
adolescentes ou não, precisamos enfrentar para nos encontrarmos.
"É que
às vezes parece que todo mundo sabe quem eu sou, menos eu."
Olá pessoal, como vão vocês?
Já faz um tempo que estive aqui, né? Bem, a resenha de hoje (é sobre um livro que passei dois
anos esperando para finalmente poder ler!) trata sobre um livro que apesar
de leve, retrata de maneira muito significativa um tema bastante importante na
vida de muitos jovens, inclusive eu, a problemática das descobertas,
principalmente da sexualidade, das diversidades e seus impactos na adolescência. Enfim, chega de
enrolar e vamos à resenha?
Em primeiro plano, gostaria
de destacar a maneira como a obra de Becky Albertalli retrata a problemática
das descobertas e primeiras experiências de uma maneira leve e até mesmo
inusitada. Por esse ângulo, nas primeiras páginas do livro somos apresentados a
Simon, um jovem de 16 anos que está cursando o 3º ano do ensino médio e dentre
seus diversos problemas característicos da adolescência, tem de lidar com uma
situação um tanto quanto peculiar.
Desse modo, tudo começa quando um de seus
colegas tem acesso a sua conta de e-mail e utiliza-se de algumas informações
ali contidas para tirar proveito do garoto. Entretanto, a questão interessante
é que o fato de Simon ser gay não é o grande plot da narrativa, na verdade, a
sexualidade do protagonista é apenas um plano de fundo da história, mas sim a
questão dele trocar e-mails com um garoto que se denomina “blue” e também é da
sua escola, mas nenhum dos dois tem conhecimento da identidade um do outro.
"Você não acha que todo mundo deveria ter que sair
do armário? Por que o comum é ser hétero? Todo mundo devia ter que declarar o que
é; devia ser uma coisa bem constrangedora, não importa se você é hétero, gay,
bi ou sei lá o que. Só uma ideia." - P. 130
Outro fator que vale a pena
ser destacado é o fato da construção das personagens e suas características,
indo desde o bobalhão que não sabe lidar com o fato de ter um irmão que é o
centro das atenções, aos pais acolhedores e extremamente participativos na vida
de seus filhos, basicamente, cada personagem tem um papel de extrema importância
na construção do caráter e trajetória do protagonista. Além disso, a maneira
como os capítulos são divididos em alternância entre narrativa e os e-mails
trocados pelos dois garotos, torna a história mais dinâmica, interessante e
desperta uma maior curiosidade sobre a real identidade do garoto com quem Simon
se corresponde constantemente. Nesse sentido, a obra também acerta de maneira
grandiosa, ao lidar com temas como a aceitação familiar e dos ciclos de amizade
que são de extraordinária importância para as pessoas que convivem com o medo
constante de não serem aceitas e não poderem ser quem realmente são.
A história traz o sentido de diversidade de forma bastante subjetiva,
ao explicitar que todos não somos cisgêneros, heterossexuais ou brancos, que
não existe apenas o cristianismo como religião (e que existe pessoas que nem
mesmo tem religião), ou seja, somos todos repletos de peculiaridades totalmente
únicas e é isso que nos torna interessantes e nos caracteriza como quem somos.
"É uma caixa gigantesca cheia de
constrangimento, e não vou fingir que anseio por esse dia. Mas provavelmente
não seria o fim do mundo. Não para mim."
Por fim, Simon vs A agenda
Homo Sapiens denota uma importante perspectiva a respeito das descobertas
sexuais, das diversidades nos mais variados âmbitos e os diversos problemas e preconceitos vividos por aqueles que são
tidos como “diferentes” do estabelecido pela sociedade heteronormativa em que
vivemos, tudo isso de uma maneira consideravelmente leve e extremamente
envolvente.
É sem dúvidas um livro indicado a todas as pessoas, pois é capaz de
retratar um centésimo que seja das angustias vividas diariamente e que muitos
não têm a menor noção por não passar por isso. Vale ressaltar, também, que a
adaptação cinematográfica do livro chegou às telonas no dia 05/04/18 e é com certeza um filme que merece destaque!
"As
pessoas realmente são como salas amplas com janelas pequenas. E talvez isso
seja uma coisa boa, o jeito como nós nunca paramos de surpreender um ao
outro."
Até a próxima, pessoal!
Espero que curtam a resenha e possam seguir a indicação!
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