O Apanhador no Campo de Centeio
Autor: J.D. Salinger
Editora: do Autor
Editora: do Autor
Categoria: Drama Adolescente
ISBN: 9788587575012
208 Páginas
1º Edição – 1965
208 Páginas
1º Edição – 1965
Sinopse
Um garoto americano de 16 anos relata com suas próprias
palavras as experiências que ele atravessa durante os tempos de escola e
depois, revela tudo o que se passa em sua cabeça. O que será que um adolescente
pensa sobre seus pais, professores e amigos?
Olá,
leitores! Hoje iremos falar sobre um dos maiores clássicos da literatura
americana, que mesmo tendo sido lançado em 1951 permanece extremamente atual.
Descobri esse livro aos 14 anos, de uma maneira inusitada; sou fã de The
Beatles, e um dia estava lendo sobre o assassinato de John Lennon, e o artigo
mencionou que o atirador carregava uma versão de bolso de O Apanhador no Campo de Centeio consigo. Dessa forma, fiquei
curioso para lê-lo, mas só tive a oportunidade este ano, após ganha-lo como
presente de Natal. Mas garanto que a espera valeu muito a pena.
O
livro se passa em Dezembro de 1949 e conta a história de Holden Caulfield, um
adolescente de 16 anos que estuda em um colégio interno no estado da
Pensilvânia, nos EUA. Ele está prestes a ser expulso do colégio devido ao seu
péssimo rendimento escolar; ele deve deixar o colégio em uma quarta-feira, dia
em que começarão as férias de fim de ano. Entretanto, após se entediar com o
local e as pessoas com quem convive lá, ele decide sair antes do prazo, ir
sozinho para sua cidade natal (Nova York) e se hospedar em um hotel de lá até
que a quarta-feira chegue, e então ele retornará para casa. Ao longo desses
dias, Holden terá uma série de encontros com pessoas que fizeram ou fazem parte
da sua vida, como sua irmã mais nova, uma antiga namorada e um professor de
Inglês.
O
protagonista Holden é um verdadeiro rebelde, daqueles que se encaixariam
perfeitamente nas décadas de 60 e 70. Acrescido a isto, o personagem vive
conflitos psicológicos causados tanto pela idade quanto pelos acontecimentos de
sua vida. A maneira como estes são apresentados através da narrativa chamam a
atenção pela maneira reflexiva, crua e direta, sem nenhum tipo de
glamourização. J.D. Salinger foi capaz de criar uma obra atemporal, que explora
de maneira complexa conceitos como identidade, vazio existencial e necessidade
de conexão. Estes são sentidos em diferentes níveis, que vão desde a quase
completa ausência física dos pais de Holden na narrativa ao momento em que,
através de uma metáfora feita pelo protagonista, o título do livro é explicado.
Em
relação aos encontros, gosto muito dos que não foram planejados, como o trecho
em que Holden conversa com duas freiras em um café. Dos planejados, o melhor é,
sem dúvidas, com Phoebe, a irmã mais nova do garoto. Ela é bastante esperta e é
a personagem que melhor compreende os conflitos pelos quais seu irmão passa, e
a única que se dispõe a tentar entende-los. Por último, destaco a presença não
física de duas figuras importantes na vida do jovem rebelde: seu irmão Allie –
cuja morte aos 11 anos o afetou consideravelmente; e Jane Gallagher – uma
garota que ele conheceu na pré-adolescência e por quem nutre uma paixão não
declarada. Ambos vivem a permear seus pensamentos, rendendo momentos
emocionantes.
O Apanhador no Campo de Centeio é uma obra-prima que faz um retrato fidedigno da
adolescência, através do olhar de um protagonista carismático e complexamente
fascinante, e com questionamentos relevantes para diversas gerações de jovens.
Encerro minha resenha com uma das melhores citações do livro, e que sintetiza
meu sentimento ao escrever este texto:
“A gente nunca devia contar nada a ninguém. Mal acaba de contar, a gente começa a sentir saudade de todo mundo.” - Holden Caulfield, P. 205
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