Resenha: O Dom - James Patterson - Editora Novo Conceito

O Dom

Série: Bruxos e Bruxas - Livro 2

Autor: James Patterson

Editora: Novo Conceito

Categoria: Aventura / Ação / Fantasia

ISBN: 978-85-8163-281-0

288 Páginas

1º Edição – 2013

Sinopse

Os irmãos Allgood nunca desistem de lutar contra os poderes autoritários e desumanos d’O Único Que É O Único, mas, agora, eles estão sem Margô — a jovem e atrevida revolucionária; sem Célia — o grande amor de Whit; e sem seus pais — que provavelmente estão mortos...

Então, em uma tentativa de esquecer suas tristes lembranças e, ao mesmo tempo, continuar seu trabalho revolucionário, os irmãos vão parar em um concerto de rock organizado pela Resistência onde os caminhos de Wisty e de um jovem roqueiro vão se cruzar. Afinal, Wisty poderá encontrar algo que lhe ofereça alguma alegria em meio a tanta aflição, quem sabe o seu verdadeiro amor...

Mas, quando se trata destes irmãos, nada costuma ser muito simples e tudo pode sofrer uma reviravolta grave, do tipo que pode comprometer suas vidas.

Enquanto passam por perdas e ganhos, O Único Que É O Único continua fazendo uso de todos os seus poderes, inclusive do poder do gelo e da neve, para conquistar o dom de Wisty... Ou para, finalmente, matá-la.

Minhas Impressões

Não foi dessa vez que a Nova Ordem virou Velha Ordem, muita coisa aconteceu, mas o Único que é o único ainda é o único. É o único que está no poder, mas não é o único que tem poder. E a concorrência está brava, porque Wit e Wisty, ou o que restou da família Algood estão tentando de todas as formas que imaginam e com a ajuda de vários revolucionários mirins, deter a definitiva instauração desse poder totalitário. Ainda estão aprendendo, mas conseguiram algumas boas vitórias, pena que aparentemente não serviu pra muita coisa.

A saga dos bruxos, escrita por James Paterson e Ned Rust (o anterior teve a participação da escritora Gabrielle Charbonnet), não é muito parecida com as histórias conhecidas das outras séries de Paterson como a do Clube das Mulheres e a do detetive Alex Cross, diferente dessas séries, ela parece ser dirigida especificamente ao público adolescente, citando referências que remetem a "Harry Potter", de J. K. Rowling e a saga dos irmãos "Kane" de Rick Riordan, esta outra saga de feiticeiros mirins. As referências a vários elementos da cultura popular são muitas, os nomes são diferentes, como se fossem de outro mundo parecido com o nosso mas conseguimos identificar quase todos. Temos os pintores Cézanne, Mondrian, a cantora pop Lady Gaga, Justin Bieber, dentre outros. Também podemos citar a título de curiosidade o filme "Mad Max e a Cúpula do Trovão" onde uma turma de crianças, como na história de Paterson, vive em um mundo pós-apocalíptico à espera de alguém que virá salvá-las e tirá-las daquele mundo em ruínas.

Até mesmo seres fantásticos parecidos com os da saga do "Tigre" de Coleen Houk se fazem presente, como os espíritos devoradores de almas, seres como zumbis que não se alimentam só de carne, também sugam a energia da pessoa, esses seres são muito usados na ficção, cada um com sua particularidade. São similares aos dementadores da série "Harry Potter" e também aparecem na saga "O Mago" de Raymond Feast. As semelhanças com os inúmeros zumbis ou mortos-vivos que vemos hoje em dia também são muito grandes.

Um ponto negativo é que a história às vezes parece que se repete, em alguns momentos temos a impressão que algo vai acontecer baseado em alguma intervenção dos personagens, mas o que talvez esperássemos que acontecesse não ocorre, porque a dupla de heróis em algumas ocasiões fica em estado de choque, sem saber o que fazer. Wisty e Wit mesmo sabendo dos poderes que tem parecem que estão sempre descobrindo do que são capazes e não usam todo seu potencial, deixando sempre algo a desejar. Isso, de qualquer forma faz parte da trama da série, mas fica a sensação dos filmes de terror que, por mais que você corra, o vilão, andando, sempre te alcança.

Mas apesar de o enredo parecer arrastado em alguns momentos, continuamos com muitas reviravoltas, situações dramáticas e algumas surpresas. Alguns personagens secundários começam a ganhar certa importância. Wit continua esperançoso de reencontrar Célia e fica desconcertado quando sente a presença dela, não aceita o fato de ela ter morrido, ou de ela estar em uma dimensão em que ele não possa estar. Célia tem pedido a ele para agir de certa forma ou fazer certas coisas, mas ele sempre fica em dúvida, demonstrando uma falta de amadurecimento em relação a seus sentimentos e deveres. Wisty, mesmo agindo junto e de modo parecido ao do irmão, demonstra ser mais madura e decidida. Tão decidida que às vezes pode até atrapalhar. Ela parece ter um poder maior que o do irmão. Também sente muito a falta dos pais e de alguém pra chamar de seu. O difícil é confiar em alguém. É o caso de Byron, o "fuinha". Byron foi quem levou os irmãos presos trabalhando com soldado da Nova Ordem no primeiro livro, depois acabou passando para o lado da resistência e ajudou os rebeldes em algumas ocasiões, mas ainda não se sabe exatamente de que lado ele está ou vai ficar. O que sabemos é que ele tem alguém importante dentro da Nova Ordem e morre de amores por Wisty que por sua vez quer se livrar dele, não confia nele e é responsável por tê-lo transformado em fuinha. Muita coisa ainda pode acontecer entre esses dois. Wisty e Byron poderiam até ficar juntos. É esperar pra ver.

Ao que tudo indica o próximo livro vai ser bem mais emocionante. O elemento da vez é o fogo. Nesse foi o “Dom”, o dom quem parece que tem é Wisty, o fogo é o elemento que ela tem que aprender a controlar, então o livro talvez seja todo dedicado a ela. Os acontecimentos que ficaram em aberto terão sua conclusão ou uma nova continuação. E continua a expectativa de ver os irmãos reencontrarem os pais e derrotarem o “único” que ainda está atrapalhando isso de acontecer.